segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Serra da Canastra - Minas Gerais / Brasil



Parque Nacional Serra da Canastra-by Patricia Cuyumjian


Como de costume, no Reveillon 2013 / 2014, decidimos tentar fugir dos lugares comuns e lotados de gente. Queríamos explorar algum lugar diferente e bonito. Por sugestão do nosso amigo Marcelo, e em companhia dele, decidimos ir para a Serra da Canastra, em Minas Gerais.Além de um parque nacional maravilhoso e impressionante por sua imponência, a região é repleta de atrações também fora do parque, em propriedades particulares.O parque foi criado em 1972, e engloba parte do territórios dos municipios de São Roque de Minas, Delfinópolis e Sacramento. A vegetação predominante são os campos rupestres, com cerrado e mata ciliar.
As características de relevo e da vegetação favorecem a observação de animais selvagens como o tamandua bandeira, o lobo guara e o veado campeiro.


Veado campeiro - by Roger Gailland
Gavião Carcará - by Roger Gailland


Chuveirinho - by Patricia Cuyumjian


O objetivo da criação do parque  foi proteger as nascentes do Rio São Francisco. A Serra da Canastra situa-se num divisor de duas bacias hidrográficas, o do Rio São Francisco e do Rio Paraná.O parque fica aberto das 8:00 as 18:00 hs. Os passeios podem ser contratados nas agencias nas cidades próximas, ou ainda podem ser feitos com seu próprio carro, sendo bastante recomendável que o carro seja alto e 4X4. O parque cobra um taxa pequena de entrada por dia.

Nós ficamos hospedados na cidade de São Roque de MInas, na pousada Barcelos  Sua localização é boa, e a estrutura conta com sauna, piscina,mesas de jogos e sala de TV e internet. A gasolina na região é cara, então o ideal é encher o tanque um pouco antes de chegar.A viagem de SP até lá é bastante cansativa, então aproveitamos para dormir no meio do caminho na casa da família do Marcelo em Espirito Santo do Pinhal, tanto na ida quanto na volta, o que ajudou bastante.


Logo no dia que chegamos em São Roque, conseguimos visitar duas cachoeiras bem próximas dali, com acesso muito fácil, indo de carro até a entrada de uma propriedade particular. Na porteira deixamos o carro, e ali mesmo demos de cara com uma cascavel. Pagamos uma taxa para o proprietário, e fizemos uma pequena trilha até a Cachoeira da Mata.



Cachoeira da Mata 















 Depois descemos para a Cachoeira Capão Forro.
Quando voltavamos para o carro, passamos por baixo de uma teia de aranhas gigante, que atravessava de uma árvore a outra, e estava cheia de aranhas.

Chegamos de volta à pousada já felizes com o que vimos nesse primeiro dia.O Marcelo foi pra sauna e eu e o Ro pra piscina, e acabamos demorando um pouco pra sair para jantar. Escolhemos ir a um restaurante chamado Zagaia. A comida estava boa, porém demorou um exagero de tempo para chegar. Comemos mortos de cansaço e sono, e nos outros dias todos acabamos indo num outro, perto da pousada, de comida mineira no fogão a lenha.

No segundo dia acordamos dispostos a ir até a parte baixa da Casca D'anta, uma cachoeira de 180 metros, cartão postal do parque. Conseguimos mais uma vez chegar tranquilamente ao nosso destino mesmo com nosso carro baixo, e as estradas um pouco complicadas. A cachoeira é linda, e o spray que a água faz quando chega ao chão é imenso. O vento que vem da cachoeira traz muita água, então é bom ir com uma capa de chuva e proteção para a mochila e máquina fotográfica. Por causa da sua fama, a Casca D'anta tem muitos visitantes, então foi o único lugar que tivemos que dividir com mais gente. 





 (Cachoeira Casca D'Anta )

Nesse mesmo dia pudemos ir também até a Cachoeira da Chinela. Linda, boa para mergulhar. 



Cachoeira da Chinela
Cachoeira da Chinela
















No terceiro dia, como queríamos fazer uma trilha mais longa, resolvemos tentar ir ao Poço das Orquídeas, mas nossa tentativa foi frustrada. Primeiro demoramos para achar o início da trilha e acabamos fazendo uma visita à Cachoeira do Rolador antes. Quando encontramos a entrada para a trilha do Poço das Orquídeas, as indicações do caminho eram muito subjetivas, e andamos uns 7 km, mas não chegamos a lugar algum. Ainda por cima eu pisei numa cobra que se assustou comigo e saiu da toca embaixo de uma pedra, me fazendo dar um grito que fez todo mundo dar um pulo pra trás. Valeu pela caminhada que estávamos com vontade de fazer, já que as outras trilhas são na maioria bem curtas e fáceis.


Cachoeira do Rolador by Roger Gailland






Canário da Terra - Patricia Cuyumjian
Foto by Roger Gailland
Foto by Patricia Cuyumjian


Nesse dia voltamos mais cedo para a pousada, bem cansados, e ficamos mais tempo na piscina.

No quarto dia conhecemos a Cachoeira do Nego, que fica em propriedade particular, também fácil de chegar. Na minha opinião a cachoeira mais bonita de todas, pelo menos das que a gente pode entrar. Muito boa pra nadar, e como sempre, passamos horas lá sozinhos. Só encontramos a Marcia e o Juarez, um casal que conhecemos na pousada, na hora que estávamos indo embora. 


 

C. do Nego - by Patricia Cuyumjian


Saindo da cachoeira resolvemos ir até Vargem Bonita, primeira cidade por onde passa o Rio São Francisco, para fazer o bóia cross. Lá conhecemos o Vertão, da serralheria, que tinha as câmaras de pneu pra alugar, e deixou a gente no início do percurso que duraria 2 horas e meia e chegaria até a ponte na entrada da cidade, onde ele estaria esperando. O bóia cross foi tranquilo e muito light. Foi um descanso pra mente, ficar passando pelo meio do rio, com todo o verde da margem, tranquilos....




Quando voltamos pra pousada, encontramos o Juarez e a Marcia, que nos convidaram para ir no dia seguinte no carro deles até a parte alta da Casca D'Anta que fica dentro do parque, onde a estrada fica bem complicada para os carros como o nosso. Combinamos de ir com eles então, e pudemos conhecer além da parte alta, a nascente do São Francisco e as cachoeiras Rasga Canga e Rolinhos. No caminho avistamos um Veado próximo às pedras que formam o Curral de Pedras. 
Quem chega até a parte alta da Casca D'Anta pode fazer uma trilha de 4 km pra descer até o poço da parte baixa, mas para isso é preciso chegar cedo.


C. Rasga Canga by Roger Gailland
Nascente do São Francisco


C. Rolinhos

Rasga Canga



Como era dia 31 de dezembro, à noite o Juarez e a Marcia foram para uma festa no restaurante na cidade, e nós pegamos o carro e fomos pro meio da estrada perto da entrada do parque. Só nós, no meio do nada, ouvindo uma música, tomando nossa champagne que ganhamos na pousada, e fazendo umas fotos loucas enquanto esperávamos os fogos. Foi um reveillon diferente, com certeza.













No dia seguinte tínhamos que ir embora para Espirito Santo do Pinhal. Então acordamos, tomamos café, nos despedimos do pessoal da pousada, e fomos conhecer o Sr. Zé Maria, um fabricante de queijo que ganhou por duas vezes o título de melhor queijo de Minas, e aproveitamos para, depois de muito papo, compramos o famoso queijo canastra fabricado por ele.

A viagem foi muito boa, e faltou conhecermos ainda inúmeras cachoeiras e algumas grutas. 

Entre as lições aprendidas estão:

- não desista de ir a um lugar porque dizem que vai ser difícil, mas saiba avaliar até onde quer arriscar. As estradas não estavam impossíveis pro carro baixo, mas claro, precisamos passar com cuidado em alguns trechos, e vimos que se tivesse chovido um pouco mais naqueles dias talvez a viagem tivesse mesmo fracassado.

- fique sempre atento quando estiver em cachoeiras, pois quando chove na cabeceira podem ocorrer trombas d'água, que são repentinas e podem sair arrastando todo mundo. Alguns sinais importantes de tromba d'água são: bolinhas subindo do fundo do poço da cachoeira, nível da água do poço aumentando, e folhas que começam a descer a cachoeira. 

- não subestime um lugar só porque no nome dele não tem a palavra "chapada". A serra da Canastra tem um paredão incrível, que proporciona paisagens lindas.








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